O ônibus amigável

Ônibus amigável
Ônibus amigável

Além da máxima eficiência, o ônibus do futuro terá que reconquistar o público não apenas com poltronas, mas com um ambiente confortável

Por um corredor BRT da cidade de Amsterdam, na Holanda, um ônibus  um tanto fora do padrão dos usuais percorre o corredor e faz suas paradas nos pontos de uma maneira impressionantemente uniforme, parando a exatos cinco centímetros de cada plataforma, sempre a cinco centímetros, se assim regulado pelo operador.

Quem entra no ônibus, logo na entrada, é surpreendido por duas amplas portas de entrada, somando 3 metros de largura total e um interior digno de museu de arte moderna. A ideia foi exatamente essa. Para o chefe da Divisão Daimler Buses, Hartmut Schick, a principal meta do ônibus do futuro é a de humanizar o transporte público e tornar o ônibus um veículo totalmente amigável e agradável. Enfim, chamar as pessoas para o ônibus, como se estivessem em casa.

Para ele, uma nova era surgirá com o lançamento de veículos ainda muito além da nossa imaginação, integrando tudo o que queremos: ônibus seguros, sustentáveis e inteligentes e acima de tudo com salões muito confortáveis e agradáveis.

É por essa razão que o Mercedes-Benz Future Bus, veículo baseado no Citaro, o mais vendido da montadora, é tracionado por um motor diesel, pois a questão prioritária agora é o conceito do que pode um veículo semiautônomo representar de progresso para a mobilidade urbana daqui para frente. Mas essa situação é transitória, Schick promete para aqui dois anos o lançamento de uma versão elétrica, para que o veículo entre de cabeça também como solução de sustentabilidade.

Conceito

Governado por um sistema GPS de última geração, com precisão de oito centímetros, o sistema calcula perfeitamente a velocidade de trânsito exata para que o ônibus encontre todos os semáforos abertos durante seu percurso, isso é possível com a integração de informações do gerenciador de trânsito local com o do corredor e a variação a maior ou menor da velocidade do coletivo.

Da mesma forma, a operação se dará para que os passageiros usufruam do maior conforto possível e saibam exatamente os horários de embarque e chegada, elevando a qualidade de vida do usuário e evitando esperas desnecessárias e cansativas nas plataformas de embarque.

Todo esse aparato será possível com a conectividade, a informação ao passageiro via smart phone e a central eletrônica do veículo. “O inicio da operação comercial efetiva se dará no inicio da próxima década”, promete Schick. O conceito é o totalmente flexível. “Por enquanto a idéia não é a de fabricar unidades maiores, mas a de colocar outras unidades na linha”, diz ele.

Isso não deixa de ser uma incongruência diante da anunciada nova filosofia da Daimler de não investir em veículos híbridos porque estes têm dois motores. Se o Future Bus continuar com baixa capacidade de transporte de passageiros, não serão usados dois motores por veículo, mas diversos ônibus com um motor para dar fluxo à demanda de passageiros, o que não deixa de ser a mesma coisa.

Mas essa é uma realidade que pode mudar. Não é de se descartar o lançamento de ônibus sobre chassi nesse conceito, o que por si só já será um grande salto em capacidade e portanto a habilitação do veículo para corredores de alta densidade.

“Além do sistema de GPS de alta definição, um conjunto de 11 câmeras possibilita a operação autônoma do veículo, graças à percepção ultraelevada destas, que detectam sinais de 25 centímetros até 200 metros”, explica Stefan Buchner, chefe mundial da Mercedes-Benz Trucks, Cinco câmeras são reservadas para o sistema de localização, as laterais para guiar os parâmetros nas paradas, três outras são destacadas para reconhecimento de semáforos e as seis restantes são sensíveis a pedestres.

Fonte: www.negociosemtransporte.grupott.com.br