O futuro dos ônibus urbanos e rodoviários

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Os híbridos são os favoritos do futuro no transporte urbano, enquanto a sofisticação busca aproxima o ônibus ao avião nas empresas de fretamento e rodoviárias

Nos chassis a presença marcante dos híbridos de todas as espécies, na procura de combater o florescente mercado de VLT´s que tem conquistado cidade após cidade como veículo de transporte de massa mais limpo e ecológico.

A própria greide dos VLT é um sinônimo disso, pois, em grande parte das cidades através da Europa, o leito segregado destes deixa de lado o asfalto e passa a ser um gramado, solução que incrementa a área verde, agrada visualmente os cidadãos e eleva a segurança.

Para combater o transporte elétrico dos Veículos Leves sobre Trilhos, a maciça maioria deles com catenárias nada agradáveis à paisagem, os fabricantes de chassis e carrocerias capricham na encomenda: salões de passageiros super confortáveis, com bancos em cores vibrantes e com ancoragens cada vez mais delgadas, que proporcionam rapidez na limpeza e segurança ao passageiro.

Este é o tripé de sustentabiliade dos novos coletivos: eficiência energética, conforto e segurança em todas as medidas. Portanto, explica-se a preocupação com desenvolvimento de conjuntos óticos de última geração, uso e abuso do LED, interna e externamente.

Para os rodoviários, as encarroçadoras – por lá quase sempre propriedade dos grandes fabricantes de chassis -, primaram por projetos que privilegiam a iluminação natural e a visibilidade. Os carros mostram grande área envidraçada e tetos panorâmicos, ideais para viagens turísticas – certamente o segmento de fretamento é o maior consumidor de chassis pesados de luxo, num continente que soma mais de 200 milhões de turistas por ano.

Tal responsabilidade também serviu para “armar” os coletivos com kits completos de segurança operacional, desde os sistemas de governo dos freios, o antitombamento, de proximidade etc. No salão, a evidência que os ônibus estão se aproximando cada vez mais dos aviões.

O arranjo das poltronas em ene posições diferentes permite sala de reuniões, bar e ambiente de refeição. Os pisos vinlicos dão um ar de classe e os monitores individuais chamam atenção.

Nos urbanos prevalecem as linhas clean, chassis piso baixo, elevadores de ultima geração, sinalização e luzes de alerta em LED, porta largas, sistemas de cobrança automática duplicados – muitos estão optando por abolir sistema de porta de entrada e porta de saída – e até a volta do providencial bagageiro, especialmente em tempos de numerosos passageiros com mochila.

A Daimler Buses colocou em destaque sua grife Setra e seus numerosos chassis, ênfase total ao Travego de luxo teto alto, para o segmento de alto turismo. A versão rodoviária “Safety Coach”, chamou atenção exatamente pelo arsenal de segurança do seu kit. Na área externa estava o articulado urbano Citaro G, sob medida para sistemas BRT.

A empresa também mostrou a Sprinter City 77 um minibus de 3 eixos e duas rampas de acesso. Já o LE Business, urbano de portas largas e interior limpo era um dos carros da Setra a oferecer bagageiro para os passageiros.

Um dos lançamentos mundiais foi o MultiClass 400 LE Business, um piso baixo para linhas suburbanas, além do S 519 HD com 15 metros de comprimento e 71 passageiros sentados. Para configurações mais luxuosas é possível a configuração de 2+1 assentos por fileira e instalação de elevador do lado direito, depois do eixo dianteiro.

Menor Consumo

A MAN também levou uma tropa pesada ao seu estande, com as encarroçadoras MAN Lion´s e Neoplan. Além do grande elenco de híbridos apresentados, a montadora destacou o MAN EfficientCruise, um sistema de assistência que ajuda o motorista a praticar uma condução antecipatória e mais econômica.

Isso ocorre porque o controle GPS de cruzeiro analisa os trechos em aclive ou declive e ajusta a velocidade do veículo ao esforço, de maneira a otimizar o consumo de combustível do ônibus. Ou seja, o sinal do satélite determina a posição e direção do carro nos mapas e reconhece o perfil e a severidade de cada trecho. Garantem os técnicos da  MAN que a redução de consumo de diesel pode chegar a 6%.

Na plataforma principal, a MAN estacionou o Neoplan Skyliner, cuja primeira versão surgiu há 40 anos, mas que estará disponível apenas em junho próximo. Para até 83 passageiros em dois andares, tomadas em todas as poltronas, porta extralarga e dois lugares para cadeirantes, o modelo volta com fôlego. O assistente de freios EBA, reconhece a frenagem de emergência iniciada e ativa a máxima potência de frenagem, mesmo se o motorista não reagir, evitando ou reduzindo a gravidade de colisões traseiras.

As grandes novidades do MAN Lion´s Coach é a configuração EfficientLine, muito mais econômica. Usa couro sintético 40% mais leve que o verdadeiro, as poltronas têm um encosto de cabeça ajustável, vem com almofada de assento e suporte para iPad.

A MAN Latin America também fez bonito no salão. No estande chamava atenção o chassi VW 18.280 OT Low Entry, primeiro da montadora com suspensão pneumática integral encarroçado pela Marcopolo. O motor MAN D08 EGR com potência de 280 cv e a caixa automática ZF Ecolife integram o trem de força.

Seguindo a toada da mínima emissão, praticidade e máxima segurança, a Volvo Buses deu ênfase total ao no híbrido 7900, que reduz em até 75% o consumo de combustível e a emissão de CO2, além de diminuir em 60% o consumo de energia. Isso é possível graças às baterias Lithium-ion de 600 V com capacidade de 19 kWh e ao motor elétrico Volvo I-SAM com 150 kW de saída e torque de 1200 Nm.

Já a versão articulada hibrida do 7900 para 154 passageiros é tracionada por um motor de cinco litros de 240 cv – pode trafegar também apenas com diesel – e o mesmo elétrico I-SAM.

O Volvo 7900 Eletric Hybrid e o totalmente elétrico dominaram a cena. “Essas são as soluções do futuro para o transporte urbano, sob todos os aspectos”, disse Hakan Agnevall, presidente da Volvo Bus.

Alternativas

Para variar, a Scania também exibiu seu elenco de híbridos para o transporte urbano de passageiros, encabeçados pelo Scania Citywide na configuração LE 6×2*4. O híbrido da marca pode funcionar em conjunto com o motor elétrico ou também separado com motor diesel operando com biodiesel 100%.

Christopher Podgorski, Vice Presidente Sênior de Caminhões explica que os veículos híbridos são o grande destaque do momento: “Ninguém sabe qual é o potencial que o Euro 7 pode ter, mas é provável que o foco seja a diminuição do consumo de combustível e da emissão de CO2”, diz ele.

Enquanto isso, Klas Dahlberg, Vice Presidente Sênior de Ônibus da Scania, apresentava os híbridos Scania Citywide para comprimentos de 10,9 até 18,1 e seus motores diesel de 250 a 360 cv. Entre os motores que podem girar 100% a biodiesel estão os 320, 360, 450, 490 e 580 cv.
A gás são disponíveis motores de 280 e 340 cv e, entre os chassis de ônibus rodoviários, o destaque ficou para o Scania Touring, para comprimentos de 12 a 13,7 m e potências de 410 e 450 cv.

A Iveco comemorava a eleição da Daily como Van do ano e apresentou complementarmente a New Daily Eletric a solução da companhia para a mobilidade urbana. Esta versão começa em 2015 a ser testada nas versões van e minibus e inclui outra novidade um sistema de conectividade desenvolvido em conjunto com a Tom Tom, de apoio operacional aos motoristas.

Para o transporte de massa, o destaque da Iveco Bus foi o chassi Crossway Low Entry, para linhas urbanas e interurbanas, com 13 metros tracionado por motor de Tector 7, de 285 cv e capacidade para até 45 passageiros. A ênfase foi o sistema Euro 6 Hi-SCR, o SCR de alta eficiência, capaz de reduzir em até 4,5% o consumo de combustível em relação aos Euro 5.

Enfim, tudo vem sendo feito para incrementar o conforto de passageiros e motorista, diminuir ao máximo o uso de combustíveis fosseis e garantir a segurança operacional em todos os segmentos do transporte de passageiros.